A Kika

Olá! Olá!, diz a boneca KiKa ao chegar à festa.

Mas de onde surgiu esta boneca? E que cabelos azuis!, dizem os mais pequeninos curiosos a mexer nas tranças de lã!

E a boneca senta-se e sorridente lá conta...

"A minha mãe contou-me que num belo dia de verão, na casa da Avó Maria, já o bolo de canela havia desaparecido com um chá de alfazema (nunca percebi muito bem a importância do bolo e do chá na minha história!), quando ela ia arrumar o seu chapéu dentro do armário, não é que os trapos trapaceiros,entediados por estarem atulhados num armário bafiento e fartos das conversas corriqueiras das bolas de naftalina rezingonas, juntaram-se em bolinhas e quadradinhos e fizeram uns belos folhinhos. E assim nasceu este vestido. A minha mãe admirada, gritou para a Avó Maria, que ao ver aquele vestido sozinho cantou em notas de fá e de lá para cá, um cabelo azul céu, este!, o meu!, desceu e aterrou em duas enormes tranças e danças pestilentas, barulhentas e ninguém mais as parou. Ora, só faltavam umas grandes pestanas e umas sardas marotas a saltitarem nas faces rosadas e a enroscarem-se alegremente em sorrisos de festa e tardes solarengas de primavera. Vêem?

E assim nasci eu, a Boneca KiKa, e KiKa porque era o nome que a Avó Maria chamava à minha mãe.

E sabem uma coisa?

Adoro estar com a pequenada em tons de magia e estrelas cintilantes, uma carita pintada e mascarada, um balão que se enche e faz ão ão, uma história de encantar, personagens criadas e sonhadas, travessuras e doçuras, uma pincelada, a menina dança?, o menino canta? - NUMA FESTA REALMENTE IMAGINADA!"